Um sistema que produz mais de 1 milhão de pobres por ano, interessa a quem?



O presidente da Rede Europeia Anti Pobreza (REAP), padre Agostinho Jardim, diz que a crise gerou um grupo de novos pobres - pessoas da classe média que foram afectados pelo desemprego.
“Conheço alguns casais formados que vivem com 100 euros por mês, comem massa com massa, de manhã à noite, e têm vergonha de pedir. Ou, então são as famílias ou vizinhos que lhes vão em socorro”, conta Agostinho Jardim à Renascença.
O presidente da REAP sublinha o facto de, muitas vezes, os casos da chamada "pobreza envergonhada" não constarem dos números oficiais.
No dia mundial para a Erradicação da Pobreza, o padre Agostinho Jardim aconselha o Governo a rever as políticas de combate à pobreza, sugerindo que as medidas que se encontrem não contribuam para a humilhação dos mais pobres, muitos deles a viverem verdadeiros estados de desespero.

Sistema de governação continua a gerar pobres
2014 – A Rede Europeia Anti Pobreza em Portugal diz que a existência de 2 milhões de portugueses em situação precária no país “é uma chamada de atenção” para que as políticas que têm sido seguidas nos últimos anos “possam ser alteradas”.
Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, o presidente daquele organismo, padre Agostinho Moreira, sublinha a necessidade de mudar um “sistema de governação que continua a produzir muitos pobres”, antes que esta situação se torne “galopante”.
Para o sacerdote, “é necessária uma estratégia que envolva as entidades públicas e privadas” e o estabelecimento de “parcerias, particularmente com as redes sociais locais, com as autarquias”, que permitam responder às “causas da pobreza”, que são de natureza “estrutural“.

“Tem a ver com a gestão e a economia nacional, que gera estas assimetrias enormes e tira às pessoas o acesso a oportunidades básicas da saúde, do ensino e até da habitação”, exemplifica aquele responsável.
Um inquérito publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as Condições de Vida e Rendimento dos portugueses, divulgado esta segunda-feira, permitiu identificar 1.961.122 casos de pessoas atualmente no limiar da pobreza, quase 19% da população do país.
A situação agravou-se nos últimos 9 anos, atingindo principalmente os desempregados, as famílias com filhos a cargo e os jovens menores de 18 anos.
Com recurso a uma lista de itens, que compreendia as mais diversas necessidades básicas, o INE apurou que o número de pessoas em dificuldades para aceder a uma refeição ou para pagar renda de casa aumentou entre 2012 e 2013.

Ficou a saber ainda que a percentagem de pessoas em situação de privação material severa subiu de um ano para o outro de 8,6 para 10,9 por cento.

A Rede Europeia Anti Pobreza em Portugal publicou recentemente um manifesto intitulado “Para erradicar a pobreza e a exclusão social ─ marcos de uma estratégia inadiável”.
Através desse documento, que já foi assinado por diversas figuras e instituições da sociedade portuguesa, como Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz ou a Cáritas Portuguesa, o organismo pretende “pôr em marcha um processo participado de análise e agregação de ideias e posteriormente chegar a um consenso sobre uma Estratégia nacional de Erradicação da Pobreza e da Exclusão Social em Portugal”.
Em causa está “sensibilizar os vários partidos para que comecem a pensar no bem comum e vejam como se pode defender uma democracia onde a dignidade da pessoa esteja em primeiro lugar”.
Neste momento, “a dignidade das pessoas não está a constar muito nos programas políticos e partidários”, elas estão postas “de lado”, conclui o padre Agostinho Moreira. JCP
  1. AS DESIGUALDADES SOCIAIS LESAM TODOS E NÃO APENAS OS POBRES
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  3. A forma como o capitalismo desenfreado destrói a economia e a sociedade.
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  5. Escravos da divida
  6. A fome que se alastra, testemunhos
  7. A pobreza afecta sobretudo crianças




2 comentários:

  1. Como é que é? Ganhar dinheiro com a miséria alheia? Então senhor padre? Não lhe ensinaram na empresa onde trabalha que o segredo é a alma do negocio?

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  2. Só para recordar

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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
Incentivos ao ódio, à violência, ao racismo, etc serão apagados, pois o Google não permite.